Presidente da concessionária informou que os equipamentos serão instalados até fevereiro de 2026; trem partiu com trabalhador preso na plataforma da estação Campo Limpo da Linha 5-Lilás.

Lourivaldo Nepomuceno, de 35 anos, perdeu a vida em um trágico acidente na estação Campo Limpo, da linha 5-Lilás do metrô de São Paulo. Ele ficou preso entre as portas do trem e a plataforma, gerando preocupações sobre a segurança do sistema. A Via Mobilidade, responsável pela operação, afirmou que as portas são equipadas com sensores de obstrução, mas não com sensores de presença, o que levanta questões sobre a proteção dos usuários.

Em entrevista à Band, a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp), representada por Luis Kolle, ressaltou que outras linhas do metrô já contam com sensores de presença, que poderiam ter evitado o acidente. “Na linha 3-Vermelha, por exemplo, em que as portas estão em implementação, já existe o sensor de presença. A Via Mobilidade não previu (a possibilidade de alguém ficar preso entre as portas do trem), o sistema deles não tem. É triste falar agora que deveriam ter previsto, a tecnologia existe’, explicou o presidente da Aeamesp.

Em resposta à situação, a Via Mobilidade se comprometeu a instalar esses dispositivos até fevereiro de 2026, buscando aumentar a segurança nas estações. “Mesmo após os alarmes visuais e sonoros, ao tentar entrar no vagão, o passageiro acabou ficando no espaço entre o trem e a plataforma, onde não há sensores. Como tanto as portas de plataforma quanto as do vagão estavam fechadas, o trem partiu”, escreveu a concessionária ViaMobilidade.

O Sindicato dos Metroviários também se manifestou, solicitando uma investigação aprofundada sobre o incidente. A entidade enfatizou a necessidade de melhorias na segurança, destacando a importância dos sensores para proteger os passageiros em situações de risco. A morte de Lourivaldo, que se aproximava de seu aniversário, deixou sua família em luto, sendo ele casado e pai de três filhos.

“A linha 5-Lilás não foi construída originalmente com portas de plataforma. A instalação dessas portas é um elemento de segurança importante para a população usuária. Porém, se for um trabalho focado em custo reduzido, pode ter impacto negativo sobre a segurança da população. A sociedade deve cobrar a ViaMobilidade sobre o funcionamento dos sensores das portas de plataforma da Linha 5. Esses sensores podem impedir o fechamento das portas com presença de pessoas e, por consequência, impedir o deslocamento de trens, evitando situações trágicas como a de hoje”, informou o Sindicato.

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) anunciou que irá conduzir uma investigação sobre o ocorrido. Além disso, um processo sancionatório será aberto para apurar as circunstâncias que levaram ao acidente. O caso levanta um debate sobre a segurança no transporte público e a necessidade de medidas mais eficazes para proteger os usuários.

Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno tinha 35 anos e faria aniversário no próximo domingo, 11 de maio. O promotor de vendas tinha três filhos e era casado e trabalhava. Com sua família, ele morava no Taboão da Serra, cidade da região metropolitana de São Paulo.

*Reportagem produzida com auxílio de IA